Análise

Análise: AirTag da Apple te ajuda a não perder mais nenhum objeto

A AirTag é o rastreador inteligente da Apple que conta com a ajuda de milhões de dispositivos da empresa para manter os seus objetos sempre fáceis de achar.

Lançada em maio no Brasil, a AirTag é o rastreador inteligente da Apple que veio para competir com outros produtos similares, como o Samsung Galaxy SmartTag, Tile e outros. A diferença é que a AirTag conta com uma rede de milhões de dispositivos Apple integrados no app Buscar.

No último mês, venho testando algumas unidades de AirTag cedidas pela Apple e nesta matéria conto como é utilizar o rastreador inteligente no dia a dia.

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Como é a AirTag?

Este é o primeiro rastreador inteligente da Apple, ou seja, é a primeira vez que a empresa lança um acessório para rastrear objetos. Há alguns anos a Apple conta com o aplicativo Buscar, que permite localizar amigos e dispositivos da empresa.

Agora, além da AirTag e uma nova barra de “Itens”, esse aplicativo ficou ainda mais poderoso e pode ser acessado por desenvolvedores para eles próprios criarem produtos que se integrem à rede, como outros rastreadores, bicicletas elétricas, mochilas e muito mais.

De cara, a AirTag é mais um acessório do que um produto e, claro, ela casa muito bem com todo o ecossistema da Apple. Assim como o Apple Watch, ela precisa de um iPhone para ser pareada e funciona exclusivamente com o ID Apple que ela foi configurada, ou seja, nem mesmo com o Compartilhamento Familiar ativado, outros membros da família podem ver os objetos rastreados no Buscar.

A AirTag parece uma moeda mais gordinha. De um lado, ela traz um revestimento de plástico, enquanto do outro ela é toda de aço inoxidável, lembrando a traseira do iPod Clássico ou do iPod Touch de terceira geração. Isso quer dizer que ela é linda quando você tira da caixa, mas, imediatamente depois, ela coleciona arranhões e abrasões de chaves colocadas no bolso e mais.

Na parte de plástico existe uma tag NFC para que o usuário aproxime o acessório de um iPhone ou Android que tenha essa tecnologia para descobrir informações do produto. Na parte de trás, ela pode ser aberta para que o usuário encontre uma bateria removível, como as de balança ou de relógio, que deve durar em torno de um ano e pode facilmente ser trocada pelo usuário.

A AirTag é pequena, mas não fina o suficiente para caber em uma carteira, por exemplo. A sua falta de um buraco também impede que ela seja facilmente acoplada a chaves. Para isso, a Apple vende o acessório do acessório, que são laços e chaveiros que não só adornam como também garantem que a AirTag se prenda a outros objetos.

Acessório para o acessório

Como dito acima, a AirTag basicamente não é nada sem um outro acessório para prendê-la nos locais, seja em um chaveiro, no estojo dos fones de ouvido, na mochila, em uma mala, etc.

É, claro, a Apple vende a solução para isso que são os laços (de silicone e couro) e os chaveiros (de couro). Também é possível encontrar acessórios de terceiros que são mais baratos e fazem o mesmo papel.

O importante é que ela se prenda em algum local, já que ao jogá-la no fundo da mala nem sempre é a melhor solução, uma vez que ela usa o sinal bluetooth e também do chip U1, equipado nos iPhones 11 ou mais recentes e Apple Watch Series 6, para ser encontrada.

Como funciona a AirTag? O que fazer e o que não fazer com ela

A AirTag usa duas tecnologias para se conectar a rede Buscar e aos dispositivos Apple: Bluetooth e o chip U1, de banda ultra larga de conexão . Com a segunda tecnologia, por exemplo, com a ajuda de um iPhone 11 ou 12, é possível usar a “Busca Precisa”.

Funciona assim: suponha que você perdeu as chaves dentro de casa. Com a Busca Precisa ativada, dentro do app Buscar, o iPhone aponta para onde a AirTag está em um raio de mais ou menos cinco metros. É quase como uma brincadeira de “Quente ou Frio” onde a pessoa vai te dizendo quão longe ou quão perto você está de um objeto.

Fora desse alcance, suponha que você deixou a carteira com a AirTag em um restaurante, ela depende da conexão bluetooth e de outros dispositivos Apple para garantir que você saiba onde está localizado o seu item perdido.

Funciona assim: toda vez que alguém com um iPhone ou dispositivo Apple passa perto desse item, a localização dele é atualizada (caso tenha se movimentado com outra pessoa ou não). Essa conexão entre dispositivos desconhecidos até esse sinal que chega para você é todo criptografado, ou seja, não é como se você soubesse a localização de uma terceira pessoa.

É por isso que a AirTag tem uma vantagem enorme entre outros rastreadores, uma vez que a Apple conta com milhões e milhões de dispositivos ao redor do mundo.

Com isso, basta você se dirigir ao local em que você perdeu a AirTag e ao chegar perto dela, supondo que ela caiu em algum canto, você pode tocar um som ou usar a Busca Precisa.

E se alguém tentar me stalkear com uma AirTag? 

Diferente do “Buscar Amigos” que é atualizado em tempo real, a localização da AirTag só aparece a cada vez que algum iPhone passa perto dela e é por isso que a Apple não recomenda que se rastreie pets ou crianças com ela, uma vez que a localização não é atualizada a cada segundo.

Não só isso, uma AirTag que se move por muito tempo longe do seu dono faz duas coisas: 

  1. Emite um sinal sonoro para avisar que ela está em movimento;
  2. Se ela estiver com outro usuário de iPhone, a pessoa recebe uma notificação de que há uma AirTag com ele.

Essas são algumas das medidas que a Apple encontrou para evitar stalking.

No iOS 15, o app “Buscar” vai além e traz uma função bastante importante: imediatamente ao deixar um objeto com a AirTag para trás, você recebe uma notificação dizendo que ele foi esquecido.

Mas funciona mesmo? Como é o seu uso?

Primeiro, gostaria de compartilhar onde tenho usado a AirTag: nas chaves de casa e no estojo dos meus fones de ouvido. Devido a pandemia, são dois os cenários que eu mais uso o rastreador:

  1. Ao buscar o estojo dos fones perdidos pela casa com o “Busca Precisa”;
  2. Ao sair para caminhar e receber uma notificação de “Você deixou sua AirTag para trás”.

Em ambos os casos, não só sei que a AirTag está em casa como o “Busca Precisa” já me ajudou a achar dezenas de vezes o estojo dos fones de ouvido embaixo de uma almofada ou em um cantinho da cama.

Fora isso, em um teste controlado em um parque para procurar a AirTag, pude encontrá-la após alguns minutos quando um usuário com iPhone passou por perto de onde ela estava e vi que ela tinha sido escondida em uma mureta do parque por um amigo.

Na vida real, claro, a notificação de que um acessório ficou para trás deve ser mais do que o suficiente para lembrar o usuário de que ele esqueceu um objeto.

Para quem a AirTag é recomendada?

Pessoas que perdem as coisas fáceis, que são distraídas ou viajam muito. Um jeito interessante de usar a AirTag é prendê-la em uma mala despachada para garantir que ela esteja voando com você e não tenha ido para outro lugar.

No fim das contas, claro, não há muito o que fazer caso a mala seja extraviada, mas pelo menos você vai saber onde ela está. Dependendo da sua sorte, também é possível usar a “Busca Precisa” assim que a mala entra na esteira do aeroporto para pegá-la rapidamente.

De maneira geral, eu acho a AirTag uma mão na roda para usá-la com o “Busca Precisa” e achar meus itens em casa no escuro, porém não se esqueça de que é necessário um iPhone 11 ou superior para usar a função.

Quanto custa a AirTag e considerações finais

A AirTag custa no Brasil R$ 369 cada. Um pacote com quatro sai por R$ 1.249. Os acessórios dela, vendidos pela Apple, custam a partir de R$ 379 com um laço de silicone, R$ 439 no chaveiro de couro e R$ 499 no laço de couro.

O que se torna um trunfo que é o preço relativamente baixo para um produto Apple acaba saindo quase como um tiro pela culatra ao adicionar um acessório para prendê-la em algum objeto. É claro, é possível comprar chaveiros e laços de outras empresas, o que diminui o custo total, mas ainda assim acaba sendo um valor elevado.

Uma novidade da AirTag que por ora é exclusiva dos Estados Unidos é a opção de estilizar a parte de plástico com emojis, letras ou até um nome. No Brasil, a gravura não está disponível.

Por fim, acredito também que o consumidor precisa levar em conta outra questão: o objeto que se quer rastrear vale o preço da AirTag? No sentido de que ao perder um item, por mais que ele possa ser encontrado com a ajuda do rastreador inteligente, também há a opção de ele ser furtado. Vale a pena o prejuízo duplo?

Devido as medidas anti-stalking e a facilidade de trocar a bateria da AirTag, ela também pode facilmente ser inutilizada ao ter essa peça removida. Claro, são questões hipotéticas, mas importantes de se levar em conta.

No mais, no meu uso pessoal, não só as AirTags têm sido salva-vidas, como têm me feito prestar mais atenção onde deixo as coisas. Seria o “novo normal” de não perder mais nenhum objeto por aí?

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