Pouco após a Microsoft revelar a compra histórica da Activision Blizzard, o que a tornará dona de franquias como Call of Duty, World of Warcraft e Crash Bandicoot, um clássico do PlayStation, a Sony decidiu anunciar que acaba de fechar a compra da Bungie, criadora de Destiny 2 e Halo.
No anúncio realizado segunda (31), a Bungie reforçou seu compromisso com os fãs e disse que seus títulos continuarão sendo multi-plataforma. Ao mesmo tempo, a empresa também aspira ser uma “companhia global de entretenimento multimídia” a partir de sua aquisição.
Ou seja, o negócio não implica num absorvimento da Bungie pela Sony – a ideia é que a produtora continue tão independente quanto é agora, mas dessa vez com mais caixa e know-how para expandir seus horizontes, sob o guarda-chuva de dinheiro da Sony Interactive Entertainment.
Para isso, a japonesa desembolsou US$ 3,6 bilhões, um valor quase 20 vezes menor que o pago pela Microsoft aos donos da Activision Blizzard (US$ 68,7 bi).
No entanto, vale ressaltar que, ao contrário dessa, a Bungie tem um catálogo de jogos bem mais modesto: seus títulos de maior destaque foram as série Halo, de 2001 a 2010, e Destiny, de 2014 até o presente.
Atualmente, a franquia icônica do Xbox é produzida pela 343 Industries, que é de propriedade da Microsoft. Ainda assim, não deixa de ser uma ironia que a Sony tenha adquirido a Bungie, criadora de Halo, pouco tempo depois da Microsoft comprar a Activision, criadora de Crash Bandicoot.
Halo no PlayStation e Crash Bandicoot só no Xbox? Como fica isso?
“Ei, menino encanador, seu pior pesadelo está de volta!”
Apesar da confusão que se iniciou nas redes sociais, em que muitas pessoas ironizaram esse fato, é importante esclarecer que a Bungie não é mais a produtora de Halo desde 2010. Ou seja, a Microsoft continua sendo dona da série e provavelmente a manterá restrita ao Xbox.
Contudo, Crash Bandicoot, que se tornou propriedade da Microsoft com a compra da Activision, não deve se tornar exclusivo dos caixistas.
Criado em 1996, o game sempre foi encarado por muitos como “o Mario do PlayStation”, em alusão ao personagem da Nintendo. Apesar disso, a Sony sempre rechaçou a ideia de seu console ter um mascote e, por isso, nunca se interessou em ser dona do jogo.
À época, a empresa tentava promover o PlayStation como um videogame para adultos e jovens, razão pela qual estrelar um personagem infantilizado, como Sonic ou Mario Bros. não era atrativo.
Mesmo assim, as aventuras do marsupial (sim, Crash não é uma raposa) marcaram a juventude dos Sonystas, que até hoje associam sua imagem ao console japonês.
Com a aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft, não se espera que Crash suma do ecossistema da Sony. Até porque, muito embora tenha feito muito mais sucesso no PlayStation, a série já existe no Xbox desde 2001.
Ou seja, assim como CoD, deve continuar existindo nos lados verde e azul da força.