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Análise: iPhone 12 Pro, quatro meses depois

Com bordas retas, 5G, sistema de câmeras redesenhado e em uma nova cor azul-pacífico, confira a análise completa do iPhone 12 Pro.

Todo ano, a espera por novos iPhones é sempre grande. Em 2020, quem estava aguardando por um novo celular da Apple, ganhou como opção de escolha quatro novos modelos: o iPhone 12 mini, iPhone 12, iPhone 12 Pro e iPhone 12 Pro Max. 

Com diferenças entre si, eles colecionam também várias similaridades: o mesmo processador, câmeras wide, ultrawide e frontal iguais, tecnologia 5G e painel OLED, ou melhor Super Retina XDR.

Nas próximas linhas, você confere uma análise de longo prazo do iPhone 12 Pro depois de quatro meses de uso contínuo. O aparelho foi cedido pela assessoria da Apple para os testes do Nova Post.

Design: Chega de bordas curvas

O iPhone 12 Pro é um dos celulares mais bonitos já feitos pela Apple. Também não é por menos, ele mistura um design bem-sucedido que a empresa trouxe com o iPhone 11 Pro e adiciona um ar retrô da era Jobs. Depois de mais de meia década apostando em bordas curvas, o iPhone 12 Pro – assim como todos os outros modelos 12 – traz bordas retas, como na época do iPhone 4.

Ele é todo construído em vidro e aço inoxidável. A parte traseira é um vidro fosco que contrasta com o vidro brilhante das câmeras – que são o que, mais uma vez, chamam mais atenção na parte de trás do celular. E o melhor: mal deixam marcas de dedo. As laterais de aço inoxidável, como já dito, são retas, mas um ímã de marcas de dedo. A cor azul-pacífico, novidade dessa geração, dá um ar sóbrio e estiloso ao modelo. Você também encontra os iPhones 12 Pro em grafite, prateado e dourado, com o vidro fosco mais próximo do creme e as laterais com um ar de ouro de jóia.

À primeira vista, a pegada do iPhone 12 Pro é bem diferente. As bordas curvas com certeza eram mais amigáveis, mas há uma boa sensação de firmeza ao segurá-lo até porque ele não é gigante. Também é possível deixar o iPhone em pé em uma superfície reta. Nesta geração, ele também ficou mais fino e leve, com 189 gramas e 7,4 mm de espessura. Como venho de um iPhone 11 Pro Max, é ainda mais notável a diferença de peso.

Tela brilhante, som potente

Na parte frontal, você encontra o mesmo iPhone desde o modelo X. O notch, entalhe ou recorte na tela continua ali. O que mudou é que a Apple afirma ter um iPhone quatro vezes mais resistente a quedas. O nome dessa tecnologia é Ceramic Shield e deve evitar que o display quebre em quedas acidentais. 

Em relação a riscos, eu preferi não dar margem ao erro e já adicionei uma película de vidro ao telefone. Tanto o iPhone XR quanto o iPhone 11 Pro Max colecionaram em seus respectivos anos de uso incontáveis abrasões e marcas na tela, mesmo sem cair ou ficando separados de chaves e outros acessórios no bolso. Vale lembrar que o 12 Pro é resistente à água e poeira, mas você também pode ficar tranquilo caso derrame café, cerveja, vinho ou qualquer outra bebida nele.

Ainda falando da tela, a Apple com certeza faz uma das mais bonitas do mercado. As 6,1 polegadas do display Super Retina XDR do iPhone 12 Pro traz cores vivas, precisas e brilhantes mesmo contra o sol. A tela traz suporte a conteúdo HDR, tem alto-falantes poderosos e é convidativo para assistir conteúdos audiovisuais ou aproveitar jogos como Sky – Children of the Light ou The Pathless, jogo original do Apple Arcade.

No dia a dia, não percebi diferença em relação ao display do iPhone 11 Pro ou até mesmo comparado ao do XS. Se você vem de um modelo com tela LCD, como o iPhone 11, vai se surpreender com o dobro da quantidade de pixels que deixam as imagens mais chamativas e o preto profundo do display OLED.

A14 Bionic: cinco nanômetros de extrema velocidade

O iPhone 12 Pro conta com o processador A14 Bionic, de apenas cinco nanômetros. É o menor chip e o mais rápido disponível em um smartphone. No caso do iPhone, o A14 é responsável pela mágica por trás do display.

Com dois núcleos de alta performance e quatro núcleos de eficiência, o processador entrega uma velocidade 50% maior do que qualquer outro smartphone. Os quatro núcleos de GPU também são 50% mais velozes do que outros celulares do mercado.

Em relação à geração passada, o A14 Bionic tem um aprendizado de máquina 70% melhor, realizando, com o Neural Engine, 11 trilhões de operações por segundo. O A14 garante a terceira geração de fotos Smart HDR, cliques com fotografia computacional, carregar jogos e aplicativos de maneira quase que instantânea, além de preservar a bateria. Ao longo da análise, você vai ver como o A14 impacta no uso do celular.

Novo conjunto de câmeras e novos sensores

As câmeras de celular viraram a coisa mais nerd de todas e, veja bem, existem duas maneiras de encarar esta seção: como o novo conjunto de câmeras funciona no dia a dia e tudo o que está por trás. Vamos começar pelo jeito mais simples.

O iPhone conta com três câmeras na parte traseira de 12 MP e um novo sensor LiDAR, que faz um mapeamento 3D do ambiente – mais ou menos como o Face ID na câmera frontal, só que ainda mais avançado. Em poucas palavras, as fotos estão mais bonitas, os sensores absorvem mais luz, o processador combinado com o iOS 14 e a lente ultrawide agora distorcem bem menos as extremidades das fotos e mesmo os cliques mais despreocupados garantem um foco melhor.

Agora, vamos a um pouco mais de detalhes. A câmera principal do iPhone 12 Pro absorve 27% mais luminosidade, melhorando a qualidade de fotos com menos luz – o que faz o Modo Noite ser ativado por menos tempo. O sensor de telefoto combinado com a ultrawide garante um alcance óptico de zoom de até quatro vezes e a lente ultrawide traz uma visualização em 120 graus para que você capture mais informação nas suas fotos.

O Modo Noite agora está disponível em todas as lentes para que você seja ainda mais criativo nas suas fotos. Com o Deep Fusion melhorado, as fotos têm um processamento de aprendizado de máquina e Neural Engine pixel por pixel para garantir mais detalhes e menos ruído.

Um jeito interessante de testar o Modo Noite é apontar para o céu escuro por 30 segundos. Este foi o resultado que consegui:

Com o Smart HDR 3, a inteligência artificial ajusta partes distintas da foto para trazer imagens mais reais. Graças ao LiDAR, o Modo Retrato é mais fiel às extremidades, como fios de cabelo e óculos. Até mesmo retratos no Modo Noite ficam com bem menos ruído.

CARROSSEL HDR

Falando um pouco mais do LiDAR, ele também traz experiências mais fiéis de Realidade Aumentada, apesar dos aplicativos precisarem ser atualizados para fazer uso dessa ferramenta. No dia a dia, além do Modo Retrato, o LiDAR também ajuda muito o autofoco em ambientes com baixa luminosidade.

A câmera frontal, com sensor TrueDepth, garante fotos com Modo Noite pela primeira vez e pode gravar em até 4K a 30 quadros por segundo e usando a tecnologia Dolby Vision HDR.

Inclusive, essa é a grande novidade de vídeo desse iPhone. Esse padrão Dolby Vision HDR aparece primeiro nos iPhones 12 e traz uma qualidade de cinema para as suas gravações. Hoje em dia, basicamente, para aproveitar esse tipo de conteúdo, a tela do seu iPhone é a melhor opção, mas a nova geração de TVs deve trazer suporte a esse novo padrão que captura 60 vezes mais cor e com uma qualidade mais real e parecida com o que vemos no cinema.

Bateria e 5G (quase)

Fisicamente, a bateria do iPhone ficou menor, mas isso não impacta no curto prazo o uso do celular. Ele dura um dia inteiro de uso moderado, com redes sociais, streaming de música e até uma boa hora jogando Pokémon GO.

Claro, vindo do iPhone 11 Pro Max, percebi que alguns dias são mais difíceis de chegar até o fim sem uma carga extra. Ao passar muito tempo no FaceTime ou até mesmo fazendo uma sala de conversa com o Twitter Spaces, é possível drenar toda a bateria do iPhone em algumas horas.

Outro motivo que faz a bateria dele ir embora mais rápido é a cobertura da operadora de telefonia móvel, pois o celular fica variando do 5G ao 3G, o que faz com que o iPhone gaste mais bateria. Quando ele está em uma conexão estável, ele não drena tão rápido.

Inclusive, 5G é um tema muito importante nesta análise e também para a Apple, já que este é o primeiro dispositivo da empresa com suporte a banda de ultraconexão. No Brasil, o leilão do 5G ainda não foi feito e deve ficar para algum momento de 2021. 

Se você mora em São Paulo, por exemplo, pode até fazer o símbolo “5G” aparecer, mas não espere velocidades de 1GB por segundo. Pelo contrário, nos meus testes, quando achei o 5G pela cidade, a conexão variou entre 30 e 70MB por segundo, com upload na casa dos 10 MBps – velocidade muitas vezes abaixo do 4G. Isso aconteceu na Avenida Paulista, na Avenida Rebouças, na Berrini, Chucri Zaidan e no entorno do Shopping Vila Olímpia. A surpresa foi na padaria Bella Paulista, no começo da Paulista, que atingi uma taxa de download de mais de 300 MB por segundo.

É importante notar que esse 5G que aparece é o DSS, que compartilha da frequência do 4G, por isso a conexão fica sempre mais parecida com o 4G do que com um possível 5G de mais de 1GB de velocidade. Para a conexão ‘verdadeira’ e espalhada pelo país, definitivamente será daqui uns bons lançamentos de iPhone.

De qualquer maneira, para evitar gastar bateria, o iPhone só ativa o 5G quando está disponível e você precisa, como ao ver um streaming de vídeo ou baixar um aplicativo ou álbum de música. Fora isso, você trafega no 4G.

Meio ambiente e MagSafe

Ainda falando de bateria, o iPhone 12 Pro vem com um cabo novo na caixa, USB-C para Lightning, introduzido na caixa do iPhone 11 Pro. A grande questão é que a Apple não inclui o adaptador de carregamento mais. Ou seja, para quem vem de um iPhone que não seja um Pro de 2019, o cabo não vai servir para nada e você provavelmente terá que usar a tomada de 5W com um cabo antigo que seja USB normal para Lightning.

A empresa fala em ajudar o meio ambiente, mas não houve um período de transição com o novo padrão de carregamento rápido que eles incluíram apenas no iPhone 11 Pro. A tomada que vinha nos celulares Pro de 2019 também não é ideal para carregar os iPhones 12, pois era de 18W e o novo padrão é 20W. Ou seja, para ter um carregamento satisfatório (50% em 30 minutos e um pouco mais de uma hora para 100%), você precisará invariavelmente gastar mais R$ 200, pelo menos, principalmente se você quiser fazer uso do carregador MagSafe.

Essa tecnologia introduzida no iPhone 12 funciona assim: a traseira do celular conta com um ímã e os acessórios também para que grudem um no outro, como por exemplo a carteira de couro. Ela se prende ao iPhone e você pode sair com ela por aí. 

Como disse, há um novo carregador MagSafe que também funciona por indução e promete carregar mais rápido do que qualquer outro carregador wireless. Para isso, você precisa desse adaptador de 20W, que também não vem na caixa com o cabo do MagSafe.

Há também o MagSafe Duo para carregar o iPhone e o Apple Watch ao mesmo tempo, mas para garantir o carregamento rápido em ambos os produtos, você precisa de um adaptador de 30W – que não pode nem ser o de um MacBook, porque é um padrão antigo. Ou seja, sendo necessário comprar outro adaptador de tomada.

A intenção da Apple pode até ser boa – e de fato, as pessoas têm vários carregadores jogados pela casa -, mas a confusão de cabos, os diferentes padrões de carregamento e a inconsistência na linha de produtos de o que é USB-C, o que é Lightning e o que é USB-A (o modelo mais comum de tomada) é frustrante e do jeito que foi conduzido pela empresa. Deixa de parecer uma jogada pró-meio ambiente e se torna uma maneira de ganhar mais dinheiro com acessórios. Não é algo que a empresa mais valiosa do planeta precisaria fazer. Até porque há um trabalho sério de preservação ao meio ambiente e de zerar a pegada de carbono deixada por eles.

Conclusão

O iPhone 12 Pro é mais um refinamento da linha de celulares da Apple. O novo design, as novas cores e a introdução do 5G dão um frescor à linha e tornam este modelo o sonho de muitos consumidores. Tudo simplesmente funciona.

A alta do dólar e a pandemia, no entanto, dão um tom diferente ao querer este celular e poder comprá-lo. Os iPhones nunca estiveram tão caros e este começa em R$ 9.999 na versão de 128GB, chegando a R$ 12.999 no modelo de 512GB. Pelo menos desta vez a empresa acabou com a versão de 64GB.

Para quem está disposto a pagar o preço cheio, encontrará um celular à frente do seu tempo – é o mais rápido, um dos mais bonitos e faz fotos e vídeos parecerem profissionais sem precisar ser um expert.

O MagSafe é uma adição interessante e o primeiro passo ao 5G é importante para a indústria como um todo, mas não compre o iPhone por causa do que um dia será a ultraconexão que mudará o nosso dia a dia. Por enquanto, o iPhone 12 Pro é o que há de melhor no mercado e daqui alguns anos, continuará sendo uma escolha sólida de celular.

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