A Samsung apresentou no começo de maio a linha de televisores para o ano de 2021. Com um portfólio que vai desde às UHD Crystal até as novas Neo QLED, que trazem resolução 8K, controle remoto que carrega com energia solar e processador de ponta para uspcaling, a empresa também está apostando com força nos modelos Lifestyle.
Neste ano em que a QLED completa cinco anos desde o primeiro modelo lançado no país, o Nova Post conversou com o gerente sênior de TV e áudio da Samsung Brasil, Guilherme Campos, sobre as novidades de TV. Confira abaixo.
Nos cinco anos do lançamento da QLED no Brasil, a Samsung apresentou uma nova categoria da TV, a Neo QLED. O que muda dos modelos anteriores e o que permanece daquele foco em inteligência, estilo e imagem do primeiro modelo?
Antes de lançarmos a QLED, o mercado de televisores premium no Brasil praticamente não existia. A QLED mudou isso com a entrega de 100% de volume de cor. No ano seguinte, lançamos um modelo com Modo Ambiente, e depois aprimoramos a tecnologia de contraste. Em 2020, a gente já abriu o portfólio no país com uma QLED 8K.
Esses passos foram nos guiando até um limite. Foi aí que lançamos essa nova categoria, a Neo QLED, que significa basicamente uma evolução de qualidade de imagem. A mudança tem a ver com o tamanho do LED e a introdução do mini-LED no país, 40 vezes menor e muito mais potente, que traz uma tela mais brilhante e um contraste muito melhor.
As TVs 8K estão chegando ao segundo ano de vendas no Brasil. Desta vez, a Samsung aposta em dois modelos diferentes. Para uma tecnologia que ainda engatinha, por que separar em duas versões?
Essa é mais uma tentativa de colocar degraus de aquisição. Entre a QN900 e a QN800 há um valor diferente entre as duas telas. Tem o consumidor que quer ter a qualidade de imagem, mas que busca um custo-beneficio melhor e tem aquele que quer o maior nível de brilho no mercado, que a borda vai ser basicamente infinita… É uma visão estratégica da Samsung para tentar pegar um consumidor específico, atender o cara na ponta.
A Samsung tenta diversificar o lineup para ter uma TV com as especificações que cada consumidor deseja. A segmentação da 8K segue a mesma linha.
Quando que a Samsung espera que o 8K seja uma realidade no Brasil? Por que vender uma televisão que não traz suporte nenhum a conteúdo nessa qualidade?
Devido a momentânea falta desse tipo de conteúdo, a Neo QLED 8K passa a ser mais uma promessa de que o consumidor estará pronto para quando tudo isso acontecer. É claro que uma TV com 33 milhões de pixels para ver Netflix, Amazon Prime com upscaling é muito significativo.
Entre os benefícios de ter uma 8K, além do processador, é ter mais brilho que uma Neo QLED 4K, ter a Única Conexão, uma tela com borda praticamente infinita. Está tudo ali. O que aparecer de conteúdo 8K depois, o consumidor está pronto. É uma proposta de conteúdo singular e exclusiva.
Com os modelos 4K de entrada ganhando recursos das TV mais caras, como controle único e HDR, por qual motivo as versões de QLED acabaram perdendo alguns recursos, como a Única Conexão?
Anualmente, a Samsung vê as características que mais agradam ao brasileiro e nós trazemos isso para os próximas linhas. É um fator muito positivo. Eu acompanho o que o consumidor está usando ou não para fazer com que o portfólio seja o mais aderente, o mais tecnológico e que caiba no bolso do consumidor na proposta de cada tela.
Focando na Única Conexão, é mais uma questão de custo, da Samsung colocar um custo em algo que o consumidor não está procurando. Claro, é uma função que talvez o brasileiro gostaria de ter, mas quanto a mais ele está disposto a pagar por isso?
Pega uma tela 8K, por exemplo. A gente conseguiu trazer a Única Conexão e mais uma série de atrativos no produto em um custo OK para o consumidor. Se eu trouxesse para outros modelos do portfólio, talvez não ficasse tão interessante. É uma questão de equilíbrio.
Falando então do preço das TVs. A Samsung vende televisores para todos os públicos, mas há uma constante em todos os modelos inteligentes: eles contam com propaganda interna. Por que a Samsung adotou esse modelo na tela inicial?
Vários dispositivos eletrônicos já têm essa pegada. A TV estava fora da mecânica desse negócio e eu não vejo nada fora do natural de ela entrar agora. Como principio, a interferência no entretenimento não existe. Se voce está assistindo TV, voce não vai ser incomodado por um anúncio. O consumidor só é impactado as vezes quando aperta o botão Home.
Isso é uma tendência global, sem volta. O fato de você ter uma Neo QLED 8K com anúncio, eu vejo como algo positivo. O consumidor pode receber uma dica de aplicativo novo que chegou com uma promoção para quem assinar, por exemplo. Tem um benefício ali.
Em 2021, a Samsung veio com tudo na linha Lifestyle com as TVs The Frame, The Sero e Serif no Brasil. Em qual público a empresa mira com esses televisores?
A linha Lifestyle é pensada para consumidores que fogem do convencional de TV. É uma categoria que traz um ar de personalidade e personalização para o seu espaço. Cada um tem um público bem específico.
A The Frame é o foco da categoria Lifestyle. Lançamos em 2017 como teste e era um produto de nicho, voltado para quem gosta de arte, era algo exclusivo. Agora, com mais de um milhão de The Frames vendidas no mundo, ela passa para o consumidor que gosta de coisa bonita e ponto.
Não existe uma TV como a The Frame no mercado, que você consegue colocar molduras diferentes, que você tem a Única Conexão e o suporte de parede incluso na caixa. O que reparamos: tinha consumidor que chegava na loja e ele queria entender sobre QLED, OLED e via a The Frame e se impressionava. “Não quero saber da tecnologia, eu quero isso porque foge do padrão.”
A Sero, por exemplo, é para o consumidor que está na frente da TV o dia todo, que gosta de ver Netflix, mas quer espelhar o celular e ter a mesma experiência. Já não é mais a beleza o foco, mas a funcionalidade do aparelho.
O projetor Premiere é outro público. É para um consumidor que queria ter uma tela de 120, 130 polegadas, mas por questão de dinheiro ou logística, viu no projetor um produto mais viável para isso. Basta colocar o produto a 24 centímetros da parede e ele atinge 120 polegadas.
A Serif, que chega no segundo semestre, assume o lugar da The Frame no nicho de arte, com opção de ser colocada em um cavalete, por exemplo. Ela vai ter esse foco e com uma operação mais reduzida.
Com um portfólio tão grande de TVs, mais do que o consumidor optar pela “mais barata” ou a “mais cara”, como comunicar qual é o modelo ideal para ele? Quais são os esforços que a Samsung tem realizado nesse sentido?
Esse é exatamente o meu trabalho (risos). Nós estamos com uma estratégia com foco em três frentes. Primeiro, estamos treinando o promotor e o vendedor do varejo para que com poucas perguntas ele consiga entender a necessidade do consumidor e trace um perfil para indicar uma tela bacana.
Segundo, estamos com uma peça nessa mesma linha de raciocínio no online. O site da Samsung vai ter uma mecânica parecida para ajudar o consumidor a entender qual é a melhor tela para ele. Terceiro, grandes campanhas ao longo do ano mirando em cada linha.
Com as TVs agora disponíveis no nosso site e nas redes de varejos, vamos partir para ação, explicar as novidades de 2021. É parte do processo. Não adianta explicar antes e o consumidor ir na loja e não achar a TV.
Qual é o foco da Samsung em 2021 para a venda de TVs? Telas grandes? Modelos top de linha?
Lifestyle é o grande foco da empresa. A The Frame vai ser um produto que vamos colocar bastante energia.
Eu adicionaria ao foco a linha de soundbar também. A categoria de Home Theater era super representativa, tinha um baita apelo e começou a seguir as tendências globais e ter um declínio muito forte. A categoria de soundbar era promessa, mas ela nunca engrenou a ponto de ser tão expressiva quanto.
Hoje, o brasileiro já entende os benefícios do soundbar contra o Home Theater. O som é potente, é fácil de instalar e usar, ele consegue conectá-lo à TV ou no celular por bluetooth sem problemas.
O miniLED é outra aposta para mostrar ao consumidor o nível de contraste que essa tecnologia chega. Por mais que a gente evoluísse com Direct Full Array no painel, ainda tinha um ponto a melhorar que era esse.
Com o miniLED, o nível está muito melhor. É realmente para mostrar ao consumidor que a tecnologia de miniLED da Samsung é especial.