O PlayStation 5 chegou em novembro de 2020 ao Brasil. A nova geração de consoles, que briga de frente com o Xbox Series X, ainda é item de luxo nos lares dos brasileiros.
Devido à falta de semicondutores, os videogames de última geração estão sendo difíceis de encontrar ao redor do mundo e cada vez que a Amazon ou outro varejista os têm em estoque, eles acabam em questão de minutos.
Chegando na marca de um ano desde que o console foi lançado no Brasil, pude testar no último mês a versão do PlayStation 5 com leitor de disco, além dos jogos Returnal e Ratchet & Clank cedidos pela Sony.
Abaixo, compartilho a minha experiência com a nona geração do PlayStation e como é para um Nintendista de carteirinha aproveitar um videogame “de verdade”.
Design do PlayStation 5 e DualSense
O PlayStation 5 é gigante e você já leu e ouviu sobre isso em vários lugares. Mas só é possível entender a dimensão dele ao colocar na sala de casa ou no seu espaço preferido para jogar.
Enquanto o Nintendo Switch parece literalmente um videogame de criança, o PlayStation 5 é um trambolho. Apesar da curvatura em plástico branca e o centro dele em um preto brilhante, o videogame chama atenção por ser grande demais.
O usuário pode escolher entre usá-lo deitado ou em pé. As duas opções ocupam bastante espaço, mas, felizmente, por aqui foi melhor deixá-lo na vertical e agradecer por ele só atrapalhar um pouquinha o uso da TV.
Ele também é pesado: 4,5 kg. O peso da inovação de trazer uma memória em SSD, um processador parrudo e uma boa ventilação faz com que ele perca pontos na beleza. Eu tenho certeza de que em alguns poucos anos, a Sony trará uma versão revisada, talvez até mesmo “Pro”, que garanta um visual pelo menos duas vezes menor e com a mesma experiência de jogo.
Fora isso, vale destacar o controle DualSense que traz uma experiência que há anos não sentia, e que nem mesmo o Pro Controller do Nintendo Switch entrega. É um controle com pegada e confortável para se jogar por horas a fio. Ele conta com microfone e alto-falante embutidos, feedback háptico, o que garante uma experiência mais real nos jogos, e é bem bonito no seu visual branco com preto.
A melhor parte é que é fácil de ligar e desligar o microfone, carrega por USB-C e ainda traz uma entrada P2 que, ao ser conectado, desliga o som da TV.
Gráficos da última geração, experiência renovada
A minha última experiência com um PlayStation foi com o 2. Faz tempo. Desde então, apostei as minhas fichas no GameCube, Nintendo Wii, Wii U e agora o Switch.
Quando ia na casa de amigos, a reclamação com as outras gerações do PlayStation era o tempo para os jogos carregarem, fora que tudo parecia precisar de atualizações gigantes a todo o momento. A experiência instantânea que o PlayStation 5 traz é surpreendente. Jogos rodam fases gigantes sem um drop frame, sem precisar de loading e é isso o que mais chama a atenção.
Para os nerds, você confere todas as especificações técnicas do PlayStation 5 aqui, mas o que vale falar é da experiência geral, já que o tempo entre ligar o console e começar a jogar não passa dos 30 segundos e uma vez que você está no jogo, são praticamente inexistentes as cenas de Loading.
Inclusive, vale citar que alguns jogos permitem ficar em suspenso, portanto é rápido trocar entre games e parar exatamente do lugar que você estava em apenas alguns segundos.
Catálogo pequeno, mas crescente de jogos exclusivos
Como disse acima, a Sony deu duas chaves ao Nova Post: Returnal e Ratchet & Clank. Ambos os jogos são exclusivos do PlayStation 5 e enquanto o segundo jogo me parece muito mais “Nintendo-friendly”, me surpreendi com as minhas habilidades para jogar Returnal.
Neste jogo, você é uma astronauta que cai em um planeta devastado. A civilização dele parece ter sido dizimada e alguns xenoglifos te dão uma noção de o que aconteceu. Ao mesmo tempo, você consegue recuperar algumas memórias suas, como se fosse um deja vu da personagem.
O mais interessante de Returnal é que toda vez que você morre, você volta ao momento em que a espaçonave caiu no planeta e é preciso fazer tudo de novo.
Apesar dos pequenos gritos no começo e os monstros extremamente poderosos, fiquei impressionado com a minha habilidade de quebrar a barreira de jogos não-Nintendo que exigem muito mais habilidade e domínio do controle e sair atirando em todas as criaturas do mal.
Parece bobo, mas essa sempre foi uma barreira que me fez focar nos jogos da Nintendo. Inclusive, até mesmo Fortnite teve um papel importante nesse mês de testes, uma vez que pude me divertir com amigos em um jogo todo otimizado para esse novo console e até conseguir alguns kills, algo que não sentia ter domínio suficiente ao jogar no Nintendo Switch ou em um celular Android.
No momento, o PlayStation 5 aposta em sua vasta biblioteca de jogos de PlayStation 4 que está otimizada para essa nova geração enquanto os players esperam os próximos grande jogos que começam a chegar a partir deste semestre. Um dos games mais esperados é o novo Harry Potter, Hogwarts Legacy que deve lançar em 2022.
Outro ponto que me chama atenção, mas para os fãs da Sony já virou corriqueiro é: eu não lembro da última vez que joguei um game dublado e a Sony aposta em peso em dublagem ou no mínimo legendas em português. Além de tornar os jogos mais acessíveis, ainda fomenta o mercado de dublagem nacional, o que a Nintendo parece nunca ter se preocupado.
Interface do PlayStation 5
A interface do PlayStation 5 é bastante intuitiva e para quem vem de um PlayStation 4 vai ver que é tudo muito similar.
O menu home é dividido entre os jogos e as mídias. Em mídias, é importante notar a quantidade de aplicativos disponíveis, como Disney+, Netflix, Spotify e Apple TV+ é bastante considerável e traz uma experiência completa não só de jogos, mas de lazer para ver filmes e séries.
Nas configurações, por sua vez, é possível mudar a resolução da imagem, mexer nos ajustes de acessibilidade e garantir a melhor experiência.
Também é interessante como tanto pelo aplicativo do PlayStation quanto pela interface dele, você pode ser convidado para jogar jogos com algum amigo.
A menção honrosa vai para meu colega Victor Vasques me chamando para partidas de Fortnite que felizmente não precisam de uma assinatura online.
Como tudo nesse videogame, basta alguns poucos cliques e pouquíssimo tempo de espera entre a tela inicial e o jogo para estar em um battle royale contra outras 99 pessoas.
Versão com ou sem suporte à mídia física?
Enquanto no Nintendo Switch eu optei por não comprar nenhum jogo de mídia física já que eles são muito mais caros, a lógica parece se inverter no PlayStation 5.
Por causa da memória de 825 GB em SSD e os jogos extremamente pesados, vale a pena apostar na mídia física, que também vê mais promoções do que na mídia digital. Apesar do preço ligeiramente maior no console com leitor de disco, o usuário economiza a longo prazo com a mídia física – que também pode ser revendida.
Oficialmente, o PlayStation 5 custa R$ 4.199 na Digital Edition enquanto o modelo com leitor de discos sai por R$ 4.699. No varejo, por outro lado, a procura é tão alta que os valores tendem a ser puxados para cima no momento.
A minha dica é: espere mais um pouco, mas escolhe a versão com leitor de discos.
Vale a pena comprar o PlayStation 5?
De verdade, estou impressionado com o PlayStation 5. Apesar do seu design ser um ponto negativo por ocupar muito espaço, a jogabilidade, a velocidade de carregamento e a retrocompatibilidade são grandes pontos positivos.
Apesar de já fazer quase um ano que o videogame foi lançado, graças a falta global de semicondutores, ele ainda é muito difícil de ser encontrado e por isso o preço não diminui. Mesmo assim, para aqueles que ainda não conseguiram colocar as mãos em um PlayStation 5, vale a pena continuar na espera por este console de última geração.
Até agora, os jogos que pude testar me chamaram atenção pela realidade, vivacidade e a experiência quase cinematográfica. Os próximos anos parecem mais do que promissores.
Esse novo poder que o PlayStation 5 traz garante uma liberdade de desenvolvimento que os jogadores irão desfrutar e muito ao longo dos próximos meses e anos. O coração Nintendista, agora, vai ter que dividir espaço com a Sony também.