Em setembro, durante o evento “Da Califórnia para o Mundo”, a Apple apresentou a nova linha do iPhone 13. Com quatro novos modelos, os celulares trazem melhorias em relação à geração anterior, o que significa avanços nas câmeras, na bateria, armazenamento interno e até no design.
Apesar de ser considerado um ano de pequenas atualizações e não de uma grande revolução, a linha do iPhone 13 traz o refinamento das melhores tecnologias disponíveis no mercado, além de aprimorar o design consagrado do iPhone X, apresentado pela empresa há alguns anos.
Durante o último mês, o Nova Post vem usando o iPhone 13 Pro na cor Azul Sierra. O celular, com 1TB de armazenamento, foi cedido pela Apple para testes. Confira a análise completa abaixo.
Design
Comparado com o iPhone 12 Pro, o iPhone 13 Pro conta com um design bastante similar. Feito de aço inoxidável e vidro, ele tem as laterais mais retas com os cantos arredondados. Aqui, no entanto, há duas grandes diferenças: o sensor de câmeras principais é gigante comparado ao modelo anterior e na frente, quando o celular está ligado, é possível perceber que o espaço onde ficar o sensor do Face ID, uma barra preta na parte superior, ficou menor, precisamente 20%. Apesar de não fazer diferença para o usuário no dia a dia, são duas das principais mudanças estéticas.
A Apple também traz neste ano uma nova cor chamada Azul Sierra. Mais próximo de um azul-bebê, ela contrasta com o Azul Pacífico, mais escuro, da geração anterior. As bordas de aço inoxidável vão de um tom prateado a um tom azulado, dando um toque premium e também bem charmoso para o iPhone.
Diferente do iPhone 13 que conta com cores mais “divertidas”, o iPhone 13 Pro é bem sóbrio. Tirando o Azul Sierra, os usuários podem escolher entre Grafite, Prateado e Dourado.
Tela
Outro ponto de destaque do iPhone 13 Pro é a sua tela Super Retina XDR com tecnologia ProMotion. Apesar do nome chamativo, é importante destacar como a Apple é dona de um dos melhores, se não do melhor, painel disponível em smartphones.
Com 6,1 polegadas, o iPhone 13 Pro é confortável para a grande maioria dos usuários. A novidade desse ano é que o display é 25% mais brilhante que a geração anterior e conta com uma taxa de atualização de até 120Hz com a tecnologia ProMotion. De maneira prática, isso significa que as animações são mais suaves do que nunca, mas quando você só está olhando para uma página estática, a tela atualiza menos vezes por segundo, o que também ajuda a economizar bateria.
Com tecnologia Dolby Vision, HDR10 e HLG, o importante aqui é saber que conteúdos audiovisuais literalmente saltam do display e trazem uma experiência imersiva ao consumir vídeos, fotos ou até mesmo para as tarefas do dia a dia como jogar, ler e-mails e notícias, etc.
Para os desastrados, também é importante dizer que esse iPhone conta com uma camada de Ceramic Shield. Essa tecnologia promete uma resistência maior contra quedas. Mesmo assim, nunca esqueça que o iPhone 13 Pro é feito de vidro e vidro quebra. Apesar do celular conseguir sobreviver sem arranhões a algumas quedas, opte por uma case ou película protetora.
Processador e armazenamento interno
Como de praxe, se você busca o celular mais potente do mercado, encontra no iPhone 13 Pro uma besta em velocidade. A Apple diz que o processador A15 Bionic é 50% mais rápido do que o chip mais top da competição e em relação ao processador do ano passado, o A14 Bionic, ele acaba sendo 15% mais veloz.
De maneira prática, você não vê o iPhone engasgando em nenhuma tarefa. Seja para redes sociais, ouvir música, falar com amigos por mensagem ou usar a função do SharePlay que permite fazer uma ligação FaceTime e compartilhar a tela com diversas pessoas em tempo real, o iPhone 13 Pro faz tudo com maestria.
O A15 Bionic foi desenvolvido em uma estrutura de 5nm – a mesma do A14 Bionic. A diferença, no entanto, é que ele é mais energeticamente eficiente. Com dois núcleos de alta performance e quatro de economia, não importa como você use esse iPhone, ele te acompanha.
O novo chip traz 16 núcleos de Neural Engine, que é a parte de inteligência artificial do iPhone. Com isso, ele é capaz de realizar 15.8 trilhões de operações por segundo, o que ajuda a trazer algumas das funções exclusivas dessa versão como o Smart HDR 4 e o modo Cinema. Além disso, o poder do A15 Bionic também garante que o iPhone 13 Pro reconheça mais rapidamente informações escritas em fotos para que o usuário possa usar a função Live Text.
Já em relação ao armazenamento, a Apple deu um passo além trazendo uma versão de 1TB, o dobro da capacidade da geração anterior. Com isso, o consumidor que estiver atrás do iPhone 13 Pro pode pegar desde o modelo de 128GB, o que é mais do que suficiente para a maioria das pessoas, como também aproveitar as versões de 256GB, 512GB e agora 1TB.
Junte isso com o novo plano Apple One Premium com 2TB de armazenamento na nuvem e tenha, mais do que nunca, a verdadeira estação de trabalho sempre à mão.
iOS 15: refinando a experiência do iPhone 13 Pro
Em junho, a Apple apresentou o iOS 15, a nova versão do sistema operacional do iPhone. Apesar de algumas funções terem chegado depois do esperado, agora é um excelente momento não só para atualizar o celular como aproveitar as diversas novidades que essa versão traz, como:
- Live Text: Permite que você copie informações escritas de fotos como endereços, telefones, palavras e números;
- Buscar iPhone desligado: Com o iPhone 11 ou superior, mesmo que o celular esteja desligado, ele ainda pode ser rastreado usando o app Buscar;
- Modo Foco: Decida quais aplicativos podem te mandar notificações e quando. Escolha e crie diferentes modos como “Exercício”, “Pessoal”, “Trabalho”, além de poder criar telas iniciais customizáveis para ter sempre os aplicativos que fazem sentido para você naquele momento;
- SharePlay: Disponível desde o iOS 15.1, compartilhe a tela do seu celular durante uma ligação FaceTime com até dezenas de pessoas. Aproveite para ver séries, assistir TikToks ou ouvir músicas enquanto em uma chamada de vídeo com alguém.
O iOS 15.1, é importante destacar, também traz a função ProRes para o iPhone 13 Pro. Para você saber, o ProRes é um codec que profissionais de vídeo usam para capturar ainda mais informações ao fazerem uma filmagem. É como o RAW (ou o ProRAW) da Apple para fotos, só que para vídeos. Apesar de não fazer diferença para os usuários comuns, os mais exigentes – ou profissionais – vão tirar bastante proveito dessa novidade.
Câmeras: temos muito o que falar
Caso você acompanhe o mercado da Apple há alguns anos, sabe que por muito tempo a empresa acostumou a lançar uma geração cheia, como iPhone 6, e no ano seguinte uma geração “S”, como no iPhone 6S. Para quem cobre Apple, isso significava que a geração cheia trazia a “revolução” de um produto, como redesign e funções bem diferentes, enquanto o ano “S” trazia melhorias em uma experiência já consolidada.
Tecnicamente, a linha do iPhone 13 é uma geração de “evolução” e não “revolução”, mas são tantas as novidades ligadas às câmeras que é impossível chamar o iPhone 13 Pro de apenas uma atualização do iPhone 12 Pro. Por exemplo, como dito acima, os sensores das câmeras principais ficaram gigantes.
A câmera principal Wide tem uma abertura 49% maior que a geração anterior, enquanto a Ultra Wide absorve até 92% mais luz. O sensor Telefoto, por sua vez, traz um zoom óptico de até 3x garantindo um alcance óptico para esse iPhone de até 6x. Apesar de não oferecer um zoom absurdo como outras fabricantes que chegam até 100x de aproximação no digital, o iPhone 13 Pro faz um ótimo trabalho no alcance que ele se propõe.
Uma das coisas mais perceptíveis nessa geração é que em boas condições de luz, independente da câmera usada, os tons permanecem o mesmo, algo que não acontecia nem com o iPhone 12 Pro ou o iPhone 11 Pro. Além disso, contar com sensores maiores também garante que o usuário use o Modo Noite por menos tempo, já que o celular absorve luz com mais facilidade.
Mesmo assim, caso o usuário precise fazer fotos com um tempo maior, ele ainda conta com um foco automático na câmera principal garantindo que mesmo que a mão trema um pouco, a foto ainda vai sair em uma excelente qualidade.
O futuro da fotografia computacional deslancha com o iPhone 13 Pro
Além dos sensores gigantes, o que faz esse iPhone tão diferente dos outros é o avanço na fotografia computacional. Mais do que apenas fazer um clique, o iPhone realiza diversos outros antes mesmo de você apertar o botão de captura e até depois que você fez a foto. Com isso, o telefone agrupa todas essas imagens e transforma em uma nova. É aí que entra a tecnologia DeepFusion e também o Smart HDR 4 que faz cliques bem escuros e bem estourados para balancear a foto e ela sair igual você vê na vida real.
Mesmo assim, é importante notar, por mais que essa seja uma das melhores câmeras do mercado, nem tudo são flores. O Smart HDR 4 ainda tem problema para identificar algumas cenas, principalmente quando você faz fotos contra o sol, o que significa que em algumas partes da foto, o iPhone identifica o céu azul e em outras ele simplesmente estoura o fundo e deixa branco, como você pode ver abaixo.
Mesmo assim, são mais pontos positivos do que negativos. Por exemplo, usar o Modo Retrato ficou melhor do que nunca. Assim como no iPhone 12 Pro, utilizar o escâner LiDAR, que faz um mapeamento 3D do ambiente, deixa as fotos em Modo Retrato à noite muito bonitas e, aqui, ter uma abertura maior de lente ajuda bastante.
Galeria com fotos:
Outra novidade para retratos é o uso do zoom 3x. Apesar de eu não gostar de usar nas minhas fotos, é impressionante o nível de detalhes que você consegue com uma câmera de celular.
Estilos Fotográficos, fotografia Macro e modo cinema
Ainda falando de todas essas tecnologias combinadas, existem algumas novidades do iPhone 13 Pro que não estão disponíveis em nenhum outro smartphone. A primeira delas se chama “Estilos Fotográficos”. Basicamente, você pode utilizar alguns presets para fazer as suas fotos. Tornar a imagem mais vibrante, fria, quente, etc. O que faz essa tecnologia diferente de um filtro, no entanto, é que o tom de pele é preservado, ou seja, o ambiente pode até ser alterado ligeiramente, mas o seu tom de pele continua verdadeiro.
Esses estilos são particularmente agradáveis de se usar para reforçar uma característica da paisagem ou, por exemplo, fazer algumas imagens saltarem aos olhos em ambientes bem iluminados.
Outra novidade do iPhone 13 Pro é a macro fotografia. Basicamente, você pode aproximar a câmera Ultra Wide de um objeto em até 2 cm e os resultados são lindos. Funciona tanto com vídeo quanto com foto. Confira a galeria de fotos:
Por fim, a cereja do bolo do iPhone 13 Pro é o novo Modo Cinema. Essa função é o “Modo Retrato dos vídeos”, mas só é possível utilizá-la graças ao poder do A15 Bionic e dos novos sensores. É possível gravar em Full HD a 30 quadros por segundo imagens que realmente lembram um filme.
Com o uso da inteligência artificial, o iPhone reconhece quais são os possíveis pontos de foque e permite que ou você toque para adicionar um novo ponto de foco ou deixe o celular reconhecer automaticamente – quando você filma alguém e a pessoa olha para trás, o iPhone busca esse novo foco. Mesmo assim, caso você não esteja satisfeito com o resultado, é possível editar depois. O mais incrível aqui é que este é o único telefone que faz isso.
Apesar de ter tido bons resultados com a função, é bem comum que ele tenha problemas com pontas de cabelo e óculos, assim como o Modo Retrato às vezes tem. Para o futuro, é bem provável que a Apple permita gravar em 4K em um novo telefone ou em diferentes quadros por segundo. No entanto, para o momento, é uma função bastante divertida e que pode ajudar tanto profissionais, criadores de conteúdo, quanto quem apenas quer fazer novas filmagens divertidas. Confira abaixo alguns clipes que eu gravei:
Ainda precisamos falar sobre a câmera de selfie do iPhone 13 Pro
Enquanto o sistema principal de câmeras mudou bastante, a câmera de selfie do iPhone 13 Pro segue o mesmo desde o iPhone 11 Pro. Isso não é algo ruim, mas é um pouco frustrante que a Apple se contente com uma qualidade similar por quase três anos.
Para não dizer que “não mudou”, a empresa reforça que o A15 Bionic e o Smart HDR 4 melhoram as selfies – o que é verdade. Além disso, é possível usar o Modo Noite, Modo Retrato e o novo Modo Cinema com a câmera frontal. Mesmo assim, uma abertura maior ou talvez trocar o sensor principal por uma lente ultra wide, como a empresa tem feito nos iPads com a função Palco Central, realmente faria uma grande diferença nos futuros iPhones.
O Modo Noite ainda fica bem desafiador com a câmera de selfie, porque é preciso manter a mão bem parada para que a foto saia melhor, apesar de que geralmente ela sai com bastante ruído.
Bateria, MagSafe e 5G
Chegando ao fim dessa análise, ainda há mais um pouco para se falar sobre o iPhone 13 Pro. Um ponto importante é a bateria dele. A Apple diz que ela ganhou 1h30 a mais de autonomia em comparação à geração anterior. Nos meus testes, confesso, a sensação é de que continua igual.
Caso você seja um usuário exigente – faz ligações FaceTime, joga jogos online, trabalha com o celular e precisa usar mapas ao longo do dia – é provável que o celular precise de uma carga a partir de umas 18h. Em contrapartida, se o seu uso do celular é menor, sem ligações em vídeo, apenas respondendo mensagens ou até se você não tem um Apple Watch ou AirPods sempre conectado ao celular, a bateria dura muito mais.
O lado positivo é que você pode carregar o celular 50% em apenas 30 minutos, porém não é o iPhone 13 Pro que vai te garantir um dia inteiro longe da tomada, principalmente se você estiver viajando ou tendo aqueles dias mais exigentes no trabalho. Para chegar até o fim da noite com bateria, já digo, é melhor escolher o modelo Pro Max.
Com o iPhone 13 Pro, a Apple segue apostando nos acessórios MagSafe, que grudam na parte de trás do aparelho. É mais fácil para carregar via wireless usando um carregador MagSafe e também dá para grudar uma carteira que cabe até três cartões na parte de trás dele. É algo superficial, mas que pode fazer diferença para alguns usuários que gostem de equipar o telefone com mais acessórios.
Por fim, a Apple segue expandindo o alcance de bandas 5G. É algo que você deve se preocupar agora no Brasil? Não. Provavelmente nem com o próximo iPhone. Este é o segundo telefone da Apple com suporte ao 5G e todos os meus testes em São Paulo mostram que a rede 4G é bem mais veloz que a internet de quinta geração que as operadoras estão promovendo neste momento.
Ou seja, se você pretende passar anos com esse celular, ele será útil no futuro para essa conexão, mas não compre o iPhone 13 Pro – ou nenhum celular com suporte 5G – pelo 5G.
Conclusão
O iPhone 13 Pro é impressionante. Ele supera os limites de processamento, de câmera e de tela de todos os competidores. Filmar usando o iPhone é uma experiência e tanto. A bateria, por sua vez, pode sempre melhorar. Contar com até 1TB de armazenamento chega a ser estúpido, mas finalmente a Apple entendeu que sempre há publico para quem busca mais, mais e mais.
E, claro, se você está preparado para ter tudo isso, é importante saber que não vai sair barato. Apesar da empresa ter melhorado em R$ 500 o preço da linha do iPhone 13 em relação à geração anterior, o iPhone 13 Pro mais barato começa em R$ 9.499. O modelo testado pelo Nova Post custa R$ 14.499.
No varejo, o consumidor pode encontrar opções vantajosas de parcelamento, receber dinheiro de volta com cashback ou até contar com promoções desse período de festividades.
Por fim, se você tem o dinheiro e quer ter a melhor experiência de smartphone pelo próximo ano inteiro, o iPhone 13 Pro é o modelo a ser escolhido.
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