No evento “Da Califórnia Para o Mundo”, a Apple apresentou a nova linha do iPhone 13. Com uma grande melhora no sistema de câmeras traseiras e graças ao poder do processador A15 Bionic, a empresa anunciou o Modo Cinema, uma nova funcionalidade para gravar vídeos com o fundo desfocado, permitindo tanto o usuário quanto o próprio sistema de mudar o foco para o objeto principal quando necessário.
Esse novo “Modo Retrato” de vídeos é mais difícil de reproduzir do que de fato parece. Apesar do iOS 15 trazer fundo desfocado em chamadas de vídeo do FaceTime para a maioria dos iPhones, o Modo Cinema vai muito além e permite mudar o foco do objeto em tempo real ou na pós-edição.
Para explicar melhor essa novidade, uma das executivas da Apple, Kaiann Dance, e um designer da empresa, Johnnie Manzari, contaram ao TechCrunch mais de como essa ideia surgiu e como foi desenvolvê-la para que parecesse simples ao usuário e ao mesmo tempo garantisse gravações em Dolby Vision com HDR.
“A gente sabia que trazer uma profundidade de campo de alta qualidade para o vídeo seria mais desafiador do que o Modo Retrato”, diz Drance. “Ao contrário das fotos, o vídeo é projetado para se mover conforme a pessoa filma, incluindo quando a mão treme. Isso significa que a gente precisava de muitos dados sobre profundidade para que o Modo Cinema pudesse funcionar em objetos, pessoas e animais. Nós precisávamos que todos esses dados conseguissem acompanhar quadro a quadro. Renderizar essas mudanças de foco automático em tempo real é uma carga de trabalho computacional pesada.”
Manzari explica que o conceito do Modo Cinema veio após pesquisarem o que eles poderiam incluir de diferente nos novos iPhones e não que eles já tivessem essa ideia preparada.
“Nós estávamos curiosos sobre o que é considerado atemporal no cinema. E isso nos levou a um caminho interessante onde conversamos com pessoas da indústria e da própria Apple para que nos ajudassem com essas questões. Quando você olha para o processo de design, nós sempre começamos o trabalho com um extremo respeito pela história do que já existe. Nós estávamos fascinados pelas questões atemporais de princípio da filmagem. O que foi criado culturalmente que ainda se mantém e por qual motivo?”
Durante a entrevista, os funcionários da Apple explicam que para criar os modos de Luz de Estúdio que chegaram com o iPhone X, por exemplo, a equipe de design teve que explorar os retratos clássicos de artistas e, que em muitos casos, eles visitaram as peças originais para entender melhor os detalhes. O mesmo foi feito para criar o Modo Cinema. Não só assistiram muitos filmes, como também conversaram com os melhores cineastas e operadores de câmera do mundo.
“Ao fazer isso, você percebe um padrão”, explica Manzari. “Era óbvio que o foco e as mudanças de foco eram as ferramentas principais ao contar uma história. E era através disso que precisávamos entender como fazer e como seria usado.”
O objetivo do Modo Cinema era transformar uma função que precisava de um profissional muito experiente em uma função simples para qualquer usuário, como o apertar de um botão:
“Nós sentimos que isso é o que a Apple faz de melhor. Pegar algo difícil de aprender e tornar em algo automático e simples.”
Se você quiser ler a entrevista completa, ela está disponível aqui em inglês. Em breve, traremos uma análise completa dos novos iPhones e também do novo Modo Cinema.
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